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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ataques em Natal podem ser retaliação à transferência de presos


O caos e o terror vivido pelos natalenses com a queima de nove ônibus na última sexta-feira pode ter sido motivado pela transferência de 16 detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz para o Presídio Federal de Mossoró, ocorrida no mesmo dia dos atentados. Na opinião da delegada Sheila Freitas, da Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) e que investiga a série de incêndios a transporte coletivos, os apenados lideraram os ataques como uma forma de represália à mudança. Ainda durante o final de semana, uma nova tentativa de incêndio a um coletivo na Cidade da Esperança e um assalto a um terminal de uma empresa de ônibus voltaram a chamar a atenção da Polícia.

Sheila Freitas conta que os detentos transferidos na última sexta foram apontados como os líderes e articuladores do motim ocorrido no presídio de Alcaçuz dois dias antes. José Olímpio, coordenador da Administração Penitenciária, confirma que o traslado desses presidiários já estava programado desde o ano passado. "Tentamos anteriormente levar para o Presídio Federal 31 apenados, mas o juiz corregedor decidiu reenviá-los devido à questões estruturais da unidade. Desde então tentávamos a transferência deles". O motim apenas acelerou o processo de envio desses presos à unidade prisional federal.

A titular da Deicor diz que sua equipe começou a colher as informações com as pessoas que estava nos ônibus (como motoristas, cobradores e passageiros) durante os ataques, como também visitou os locais onde eles aconteceram. "A partir das informações que obtivermos nessa apuração inicial é que vamos saber quem mais precisa ser ouvido e traçar suspeitos". A delegada afirma ainda que pretende viajar para Mossoró e visitar o Presídio Federal para interrogar os detentos transferidos. "É mais seguro fazer isso por lá mesmo. Queremos saber quem realmente esteve envolvido nos atentados".

PCC
Apesar de um dos veículos queimados ter sido pichado com as letras iniciais da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), Sheila Freitas não acredita que haja relação entre os detentos potiguares com tal organização. "Se algum desses presos tem algo a ver com o PCC, seria somente o Xandinho (Alexandre Thiago), que passou um período preso em Campo Grande (MS) e pode ter tido contato com membros da facção". Esse detento foi apontado por José Olímpio, coordenador da Administração Penitenciária, em matéria publicada pelo Diário de Natal na edição do dia 21 do mês passado, como o provável novo líder da célula da organização criminosa paulista em Alcaçuz. Agora, porém, o coordenador prefere não comentar o envolvimento dos presos com o PCC. "É preciso que averiguemos todas as informações primeiro", justifica Olímpio. 

Fonte: DN online

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